segunda-feira, 28 de maio de 2007

Os reis do 1x1



O recurso às trocas defensivas está muito em voga no basquetebol profissional e, naturalmente, o FC Porto e a Ovarense têm apelado a este recurso. O objectivo é claro: manter sob pressão o portador da bola.
A este nível de jogo, os jogadores sabem bem o que fazer e facilmente detectam a situação, até porque os treinadores preparam os ajustes necessários de forma a tirarem partido das vantagens momentâneas.


As respostas dos ataques visam a exploração dos “mismatchs” interior ou do perímetro, procurando que o jogador mais ofensivo (“hot hand”) tenha a bola para jogar 1x1. A opção de isolar o base no exterior tem sido a mais utilizada nos jogos da final.

No jogo 3, vencido justamente pelo FC Porto (68-64), Julian Blanks (fez 14 lançamentos para marcar 17 pontos e contribuir com 8 assistências) e dois dos atletas da Ovarense, Cordell Henry (14 lançamentos para 12 pontos) e Ben Reed (20 lançamentos para 20 pontos), foram os “reis” do 1x1. Encontraram sempre áreas livres para lançar triplos ou espaço para penetrarem frente a adversários bem mais altos, mas mais pesados e com pouca mobilidade.

É sabido que as grandes equipas apresentam como dominador comum uma boa defesa e a conquista da maioria dos ressaltos. A equipa de Ovar no jogo 4 (vitória por 66-73) é um bom exemplo:

- Só sofreu 66 pontos;
- Obrigou o oponente a lançar mal (42% duplos e 25% triplos);
- Ganhou a “guerra” dos ressaltos (41-31).

O recurso aos “traps” e ao “flash” na defesa dos bloqueios directos manteve sempre Julian Blanks controlado (“só” marcou 16 pontos e fez 1 assistência) e obrigou o trio de “gigantes” composto por John Whorton, Rodrigo Mascarenhas e Larry Jon Smith a lançar triplos (8 tentados para apenas 1 convertido).
Se juntarmos os contributos do pequeno Cordell Henry (21 pontos e 7 assistências), Greg Stempin (18 pontos e 6 ressaltos) e Rui Mota (30 minutos de grande aplicação), fica justificado o empate actual.

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