terça-feira, 8 de maio de 2007

Lusitânia ainda acredita


A Ovarense jogou mal no jogo inaugural das meias-finais, o que é natural no play off, e perdeu (83-93).
A reacção, dos mais fortes, não se fez contudo esperar (vitória concludente no segundo jogo por 87-58) e, agora, as equipas mudam-se para os Açores com uma igualdade.
O Lusitânia parecia ter a lição bem estudada. O surpreendente triunfo tem muito a ver com a mobilidade, criatividade e pontaria dos jogadores exteriores. Por outro lado, conseguiu também responder, sempre na mesma moeda, à tradicional agressividade defensiva dos “vareiros”.
Um jogo físico aumenta naturalmente as dificuldades para os juízes, já que os contactos são uma constante e nem sempre é fácil aplicar os princípios do “cilindro” e da “verticalidade”: Ao jogador com bola não deve ser dada maior protecção ou consideração que ao defesa respectivo.
Os 13 triplos convertidos (no jogo 1) encontram explicação não só na pontaria afinada dos “açorianos”, mas também na vontade dos defesas da casa em entrar em ajudas profundas. Só que, muitas vezes, ou recuperaram tarde ("close out”) ou esqueceram-se que quem ajuda precisa também, por sua vez, enquanto não recupera o adversário directo, de ser ajudado (“help the helper”), o que deixa os atacantes em boa posição para lançar (sem pressão defensiva).
O Lusitânia escolheu bem o trio de norte americanos :
Graham Brown, um jovem poste de 24 anos da Universidade de Michigan, Mike Williams, com experiência em França (Le Havre), e Willie Taylor, que já jogou em Itália. A estes, juntamos os portugueses candidatos a uma presença em Sevilha na selecção de Valentyn Melnychuk e Orlando Simões: João Figueiredo, que mostra grande disponibilidade para servir os companheiros (12 assistências no total) proporcionando-lhes cestos fáceis, e Jaime Silva (5 triplos com 63% na vitória).
Um banco humilde e aplicado cumpre as ordens de Manuel Povea e ajuda na brilhante época da equipa.
Resta agora saber se ainda têm força para resistir às lesões, aos problemas financeiros e à pressão competitiva imposta pela Ovarense na hora das grandes decisões.

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