quarta-feira, 9 de junho de 2010
E os que não pagam as quotas ?
Encontrei no site PlanetaBasket um artigo que vai de encontro a algumas das minhas preocupações , e que tem sido tema nas conversas frequentes que tenho com os jovens treinadores em Lisboa.
Hoje não é nada fácil a tarefa dos treinadores dos escalões de formação. O envolvimento dos pais cria situações complicadas de solucionar pelas razões expressas no artigo. Por outro lado em muitos casos estamos a fazer basquetebol para quem paga as quotas esquecendo os outros que não o podem fazer. A captação dos jovens para a prática tem de ser bem mais abrangente e se na escola já estão todos no basquetebol apenas estão alguns...
Segue o artigo em questão :
Pai, o treinador berrou comigo!
Um dos fenómenos que mais tem afectado o desporto e passando para o nosso campo, o basquetebol, é a subsistência dos clubes através da quotização dos atletas.
Ora, é unânime a opinião de que este meio é necessário e a alternativa mais correcta face á falta de apoios a que os clubes estão sujeitos.
Arrumada esta questão deparamo-nos então com problemas reais.
Estará o papel dos treinadores, seccionistas e dirigentes sujeito a outro tipo de pressões ou contratempos?
Talvez embalados pela crise que o país atravessa, as pessoas que contribuem para a sobrevivência dos clubes, ou seja, os pais, se sintam empolgadas e com direito de intervir no normal funcionamento dos clubes.
Umas vezes, no contacto com os dirigentes, outras vezes na abordagem aos treinadores, outras na descarga emocional sobre os atletas.
È benéfico que exista uma intervenção positiva junto das pessoas devidas, contudo quando essa intervenção se torna excessiva e inadequada.
Certo é que os clubes precisam de apoio e todas as quotas que entrem são necessárias no desenvolvimento e crescimento dos clubes.
Mesmo as dos atletas com menos capacidades que irão automaticamente ter menos tempo de jogo e assim dar motivos aos pais para protestar com os treinadores…porque pagam quotas.
E aliado ao facto da quotização a que os atletas estão sujeitos (e bem), está também a perda de mística de alguns clubes.
Os clubes passaram a ser mais “paternais” e os seus adeptos de sempre dão hoje lugar aos pais dos atletas de cada escalão.
Em poucos casos existe a mobilização para ver jogos de outros escalões e quando assim é o basket é o menos beneficiado.
Hoje em dia, mais importante que a vitória é que o filho jogue…
Mais importante que a vitória é que o treinador não berre com o filho…
Mais importante que a vitória é que o arbitro não marque faltas ao filho…
Mas afinal de contas estão no seu direito… Pagam quotas.
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6 comentários:
grande Mário, no Carnide ninguem paga para jogar, dai não termos esse problema.
um abraço
Telmo
Grande Mário.
No Carnide Clube ninguém paga para jogar, não temos esse problema :P
Telmo, que sorte a do Carnide Clube....já vai sendo caso raro....!
Um comentário anterior que fiz num outro blog: "...agora por questões logísticas (necessidade dos pais levarem os seus carros a fim de o clube poupar umas centenas de euros), assiste-se a um envolvimento excessivo dos pais. Alguns já quase se consideram treinadores, já dão opiniões sobre as tácticas e sobretudo sobre os erros dos treinadores.
A maior competição passou a ser interna, não dos atletas mas dos seus pais, que sentem que têm de arranjar maneiras de privilegiar os seus filhos, de modo a que estes joguem mais tempo de que os outros, ou de que alguns outros.
O que é facto é que alguns treinadores se deixam levar: será correcto um filho jogar mais do que os outros só porque o pai leva o carro e vai à frente a indicar o caminho? Ou porque o pai passou a filmar os jogos e daí retirar uma estatística perfeitamente manipulada que vai a correr levar ao treinador? Ou porque um pai leva a sua grande carrinha e depois pressiona 'telefonicamente' o treinador?
Se todas estas tentativas não dessem frutos elas deixavam de existir...mas de facto pode facilmente ver-se que há jogadores "mais iguais" do que outros..."
No clube onde jogo (não quero dizer o nome) quem não paga as cotas simplesmente nunca é convocado para os jogos, mas pode treinar quase normalmente.
As quotas devem servir para que o atleta possa fazer parte de uma equipa de basquetebol. Nunca devem dar o direito a jogar nem a ter determinados minutos de jogo.
E raros (cada vez mais) são os clubes que se podem dar ao luxo de não as receber.
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