quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Menos praticantes: o que fazer?


Mais uma vez recorro ao jornal "A Bola". O artigo do Prof.Vasconcelos Raposo aborda um tema importante que não podemos ignorar...

"Há cada vez menos crianças e jovens a praticar desporto. Esta é uma realidade que resulta de vários factores. Primeiro, pela diminuição anual de nascimentos o que tem justificado o encerramento de centenas de escolas e a redução de muitas equipas de jovens. Também nas modalidades individuais, organizadas por anos de nascimento, esta redução de praticantes, ao nível dos clubes tem merecido, da parte de alguns, discussão.
Há anos em que praticamente não existem crianças inscritas nos escalões de formação. É um problema generalizado a nível mundial. Um outro factor, esquecendo a numeração dos mesmos, é o carácter selectivo que os grupos de iniciação têm vindo a assumir nos vários locais de prática. Neste particular, a escola constitui um exemplo bem negativo. Ali limitam-se o número de alunos por equipa. Limitam-se a modalidades a ser apoiadas. Limitam-se os apoios às escolas. Limitam-se os pagamentos aos profissionais, sendo que estes também procuram limitar a sua intervenção ao mínimo possível. Neste contexto de limitações é óbvio que o afastamento da prática desportiva é cada vez maior. Para quem tem como objectivo aumentar o número de portugueses a praticar desporto o rumo das coisas não irá favorecer em nada as nobres intenções manifestadas. Sendo menor o número de crianças e jovens a ser formados nos hábitos da prática não será nunca um bom sinal para o futuro. Outro factor, é a triste constatação de uma juventude cada vez mais adversa ao esforço físico. Uma juventude que tem medo de se cansar e, ironia das ironias, uma juventude que encontra em casa a cobertura para a desistência
fácil das actividades que fazem apelo ao rigor, à disciplina, ao cumprimento de horários e à superação das dificuldades inerentes ao desenvolvimento das condições de treino e competição. Urge encontrarem-se soluções que permitam, perante estes e outros factores, ultrapassar os condicionalismos existentes. Um bom local para o fazer é no desporto praticado na escola. Mas aqui, o que é muito urgente, é encontrar vontades e empenhamentos políticos e profissionais que permitam estimular, nas nossas crianças e jovens, o gosto e o prazer em praticar o desporto. Sem esta base muito dificilmente se constrói o resto".

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