domingo, 23 de fevereiro de 2014

Austeridade !




No  livro "Austeridade, a história de uma ideia perigosa" de Mark Blyth, escocês, doutorado em Columbia, EUA, professor de economia política na universidade de Brown, Providence, EUA, pudemos ler o seguinte:

"Estamos perante um conjunto de acontecimentos, designados como a crise da divida soberana, intimamente relacionados e que tem em comum a sua suposta cura. A austeridade, a política de cortar no orçamento do estado para promover crescimento. Que produz precisamente os resultados que diz estar a tentar evitar. Nem reduz a divida, nem promove o crescimento. Prejudica, mais do que ajuda. E uma ideia perigosa.
E tudo isto começou com os bancos. E acabara com os bancos. O problema são os bancos pelos quais os fundos soberanos tem de se responsabilizar especialmente na zona euro. O custo da recapitalizacao do sistema bancário global, acabou nas contas dos governos, que absorveram o fracasso financeiro dos seus bancos. O que significa que esta não e uma crise da divida soberana, mas uma crise muito bem camuflada da banca.
Toda a Europa precisa de ser austera, porque as contas de cada Estado tem de agir como amortecedor de todo o sistema bancário. Tem tudo a ver com os bancos!
Existe uma politica de fazer parecer que e tudo culpa dos Estados, de modo a que aqueles que provocaram a bancarrota não tenham de pagar por isso.
A austeridade não e apenas o preço da salvação dos bancos. E o preço que os bancos querem que alguém pague.
Poucos de nos fomos convidados para a festa, mas pedem-nos a todos que paguemos a conta.
Uma crise bancaria demasiado grande para falir nos Estados Unidos, tornou-se numa crise demasiado grande para resgatar na Europa.
E tudo isto levou-nos pelo caminho da austeridade abaixo.
E como veremos ao longo deste livro, a razão disso e em grande parte ideológica.
Sou um filho do Estado Providencia. Hoje sou professor de uma Universidade da Ivy League americana. O que possibilitou que me tornasse o homem que sou hoje, foi precisamente o chamado Estado Providencia.
Os rendimentos domésticos da minha família, eram um cheque do Governo. Ou seja, a pensão que a minha família recebia e as refeições gratuitas na escola, a habitação social e a escola gratuita a que tínhamos direito, funcionaram como escada da minha mobilidade social.
Ou seja, sem aquilo que alguns acusam ser responsável pela crise, não seria o que sou hoje.

Entretanto, a opinião do prestigiado (e insuspeito!) Finantial Times acerca deste livro foi...
"Notável"...
A bom entendedor...

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