quinta-feira, 7 de junho de 2012

Pavilhão Mário Silva



Ontem foi provavelmente um dos dias mais felizes da minha vida...
Fui convidado para entregar as  medalhas aos Campeões dos Campeonatos da minha Escola (Alves Redol). Não fazia contudo nem vaga ideia do que me esperava.Estranhei ver tanta gente amiga nesta Festa, mas  o que não contava mesmo é que todos estavam lá para me homenagear. Foi bonita a Festa e as palavras de todos. Trabalhei com paixão no basquetebol da minha escola de do CJAR mas nunca me passou pela cabeça que um dia o Pavilhão viria a ter o meu nome. Obrigado a todos. 
Junto o discurso do meu amigo e colega Nuno Angelino:
"Bom dia ....Excelentíssimos Senhores Convidados, Sr. Diretor, Colegas, Caros Alunos, Meus  Senhores e minhas Senhoras .... Provavelmente questionar-se-ão sobre as razões da minha presença aqui ... Pois bem, fui aluno desta escola no ano da sua inauguração e cá fiz o secundário. Depois, voltei em1997 e, desde então, que cá leciono. Inúmeros professores aqui conheci e reencontrei, muitos deles que anos antes foram, também, meus professores. Nos últimos anos, alguns já deixaram esta profissão e o reencontro com eles é sempre reconfortante e efusivo. Hoje, no entanto, estou aqui para falar de um em particular, que em 1985, quando entrámos nesta escola, dava o seu melhor e tentava dinamizar as valências que uma nova escola disponibilizava.
Apesar de não ter sido meu professor, enquanto aluno, foi meu professor enquanto Homem e enquanto atleta. Sim, por baixo deste aparente e excessivo perímetro abdominal, fui atleta e representei esta escola como jogador de BasquetebolPalavra Mágica: Basquetebol! Desta forma já muitos adivinharam quem estou aqui para apresentar: O meu Treinador, o meu colega e amigo Mário Silva. Perguntaram-me se estava disponível para fazer esta apresentação e foi com imenso prazer que o aceiteiTambém a minha função como Presidente do Clube de Jovens de Alves Redol, apesar de muito pouco efetiva, me fez aperceber que esta era a ocasião ideal para fazer algo para alguém que é, sem sombra de dúvida, o seu maior impulsionador.
Muito há para dizer quando queremos apresentar alguém. Mas também  devemos ser sintéticos e concretos. No entanto, agora nestes tempos em que a tecnologia está presente em todo lado, decidi fazer a minha apresentação com o auxílio de um conhecido motor de busca. Lá, coloquei Mário Silva e ... 8 860000 resultados apareceram ... assustei-me ... seria tudo informação sobre o nosso homenageado? ..
Um Mário Silva artista plástico ... Professor Catedrático no Instituto Superior Técnico ... Ou um representante na assembleia municipal da cidade de Toronto, no Canadá? Um Jornalista ou um Pensador? Um Carpinteiro ou um indigente na Venezuela? Vendedor de Automóveis ou Médico de Família em Rio de Mouro? 
Professor de Violão Clássico no Brasil ou Contabilista em Aveiro ...
Mário Silva o Professor da Escola Secundária de Alves Redol, o treinador de Basquetebol, o Comentador desportivo, O atleta ...
Enquanto jovem, não apenas ao Basquetebol dedicou as suas forças. Entre 1967 e 1970 foi recordista nacional do triplo salto em juvenis e campeão nacional de juniores no salto em comprimento. Mas o amor ao basquetebol foi mais forte e a sua dedicação à arte de lançar ao cesto foi maior.
Chegou a campeão regional em 1973, pelo Benfica, venceu uma taça de Portugal e representou a seleção nacional.
Licenciou-se em Engenharia Eletrotécnica ( I.S.T.) e frequentou o Mestrado em Desporto, ISEF
Como treinador de basquetebol tem imensos títulos, desde campeão regional de juvenis no Clube de Futebol Os Belenenses em 1981 até ao recente título de campeão da Proliga pelo Sport Algés e Dafundo.
Nestes mais de 30 anos a nossa escola e o nosso clube beneficiou de um tão grande manancial de conhecimento, empenho e assertividade.
Professor Efetivo do 22 Grupo B na Escola Secundária de Alves Redol com a profissionalização em exercício no ano 1981.
Responsável durante muitos anos pelo desporto escolar na nossa escola, posso dizer, sem ferir suscetibilidades, que é o pai do Clube de jovens da Alves Redol e responsável pelo seu enorme ciclo de sucessos ao longo de muitos anos. Com mais ou menos disponibilidade foi sempre um personagem presente.
Com um feitio por vezes difícil mas com muita paixão pelo que faz é preciso ser forte e crescer na sua presença. Ainda me recordo dos primeiros treinos de "captação" para as primeiras equipas da escola. Pelos corredores da nossa escola procurava pelos mais "espigadotes". Depois levou-nos ao pavilhão, colocou-nos uma bola de basket na mão e pediu-nos que simplesmente fizéssemos um pequeno exercício de batimentos e controle de bola. Alguns dos "escolhidos" davam autênticas chapadas na bola. O seu olho clínico logo decidiu quem eram os menos inaptos para a equipa. Um conjunto de toscos que dificilmente acertavam na tabela e pior encestavam. Passadas algumas semanas o nosso primeiro jogo. Havia duas equipas nessa altura. Uma de mais velhinhos da qual eu fazia parte (com 15 anos) e outra com colegas mais jovens. As expetativas para esse jogo eram díspares. Com a frontalidade que lhe reconhecemos disse- nos algures no caminho para o jogo, que se nós os mais velhos perdêssemos por poucos não era mau. Enganou-se e vencemos o jogo. Mas claramente a equipados mais novos era bem melhor que a nossa e dela alguns bons jogadores surgiram.
Parafraseando-o: Já por lá passaram várias gerações de atletas mas o mais importante que as vitórias e derrotas é a certeza que tenho contribuído também para a formação dos jovens.
Eu fui um privilegiado. Usufruí dos seus conhecimentos como treinador e como colega na escola. Por tudo o que fez por mim, agradeço, por tudo o que fez por nós seus alunos, agradeço, por tudo o que fez pelo nosso clube e pela nossa escola, agradeço.
Mário Silva ... Muito obrigado".


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