quarta-feira, 20 de abril de 2011

A sobrecarga a que está sujeita a Simone...e outros mais.

A convite da E.N.B. participei no Clinic das Festas.
Respondendo ao que me foi solicitado procurei mostrar como está a ABL organizada , como trabalha e como detecta os jovens talentos que tão bons resultados apresentam.
Num dos diapositivos dei conta da minha preocupação em relação aos jovens com maior potencial e á sobrecarga a que os mesmos são sujeitos ao longo da época desportiva.
Agora com mais tempo posso concretizar melhor as ideias tomando como exemplo a actividade desportiva da jovem Simone Costa (Sub 16).
O mapa seguinte (referente ao mês de Abril) apresenta o dia a dia de uma atleta que está inscrita e joga no S.L.Benfica, representou a ABL , está no Centro Treino e faz ainda parte da Selecção Nacional Sub 16.



Em resumo temos:


Por duas vezes  tentei o diálogo, sem sucesso. Contudo a maioria pareceu estar de acordo com as minhas preocupações e inclusive alguns Seleccionadores Nacionais deram-me conta do problema.
Se continuarmos como até aqui, cada um no seu quintal ,o resultado só pode ser um destes:
- A atleta mais tarde ou mais cedo abandona a modalidade.
- A atleta lesiona-se com maior ou menor gravidade.
- A atleta apresenta rendimento desportivo muito inferior ao seu potencial.
A solução deste problema da Simone e da maioria dos nossos melhores atletas só pode ser uma:
Planeamento e diálogo.


6 comentários:

Anónimo disse...

Em primeiro lugar gostaria de felicita-lo pelo seu blog. É com grande prazer que o visito já algum tempo. Nós, treinadores, partilhamos pouco as nossas vivências, as nossas preocupações. No entanto, era um óptimo sinal que todas as Associações tivessem problemas destes. Infelizmente, a maior parte delas vive de problemas muito mais graves. E com muita pena minha, o Clinic em Portimão serviu para distanciar cada vez mais as grandes Associações daquelas em que o grande problema reside em ter miúdos e miúdas para jogar basquetebol. Teria sido interessante comparar Associações como Lisboa, Porto, Setúbal e Aveiro com Associações como a Guarda, Castelo Branco, Vila Real e Viseu. Pelo que vejo do seu blog, sei que também partilha destas preocupações. Espero que um dia estes Clinics sirvam realmente para discutir soluções dos problemas do Nosso Basquetebol.

Os melhores cumprimentos,

Nuno Oliveira

Anónimo disse...

É alarmante e preocupante que um jovem atleta não tenha tempo para descansar e se divertir para além do "desporto". É necessário encontrar um balanço que favoreça a prática desportiva saudável, física e psicológicamente.

Anónimo disse...

Fará sentir atletas centro treino ainda terem estágios nas ferias escolares?

Anónimo disse...

A minha pergunta é um pouco diferente,qual o motivo da existência de centros de treino se as atletas depois não demonstram níveis de evolução para que as pessoas possam acreditar nesses centros de treinos?
Repare-se no estágio da selecção nacional de sub18 feminino onde a melhor atleta foi a Gabriela da Ovarense que nunca esteve num centro de alto rendimento...
Será que a selecção poderá dar à Simone mais que o Benfica lhe dá com treinos individualizados, treinos colectivos num escalão acima, mantendo a atleta a viver no seu núcleo familiar perto dos seus amigos?
Ainda não chega de brincar ao basket de elite que depois serve para andar no meio da tabela da segunda divisão europeia? Acabe-se com estes tachos na federação e coloque-se esta gente a trabalhar no campo, indo a associações com poucos recursos ajudar os clubes a recrutar nas escolhas utilizando a federação como porta de entrada, que ajudem a dar treinos, que se crie uma verdadeira operação altura e talento precoce nas escolas , que visitem todos os distritos de Portugal, que deixem os melhores distritos trabalharem mediante algumas directrizes globais e depois se façam verdadeiros campos de observações por todo o Portugal, trabalhem no campo e criem um bichinho do basket por todo o lado!!! Como é possível no seixal não haver basket feminino? Como é possível em Braga não haver quase basket sendo o distrito mais jovem da União Europeia? Acabem com esta palhaçada e vão para o terreno trabalhar a sério! Chegaaaaaaaaa
Continuação de bom trabalho Coach Mário Silva

Ass : Miguel Pereira

Anónimo disse...

Já o tinha escrito aqui em relação ao Isaías, demasiado treino e pouco recuperação e tempo para a adolescência.

Embora me pareça um jovem cheio de potencial, falta-lhe alegria, frescura e entusiasmo a jogar.

Já alguém experimentou perguntar as estes jovens o que sentem e se ouvir as suas ideias.

Abraço

Anónimo disse...

Para mim, menos de 300 treinos/ano e menos de 80 jogos/ano não é nada. Ora o que a Simone faz nem chega a isso ( 21 treinos x 12 meses = apenas 252 treinos/ano; 14 jogos é muito mas o mês de Abril não é exemplo).
O que eu quero é muitas Simones.
Claro que esse trabalho de grande volume só faz sentido com uma boa programação em que todos os técnicos/educadores/pais/médicos/fisioterpeutas mantêm um diálogo constante.