Um dos temas que me preocupa, e que eventualmente será abordado num próximo Clinic , está presente em muitas das reuniões do GT da ABl : o recrutamento de jogadores. Se queremos um basquetebol de melhor qualidade temos de captar os mais aptos . A concorrência com o futebol e com outras modalidades colectivas é grande e não podemos ficar só com os filhos dos dirigentes , treinadores e com aqueles que podem pagar a mensalidade. Temos de recrutar os "outros"...
António Maceiras aborda e bem a matéria no site PlanetaBasket
"O recrutamento
Provavelmente, aquilo que eu vou dizer vai cair como um balde de água fria sobre a cabeça de alguns treinadores de formação, mas acredito que o recrutamento é o momento mais determinante de toda a sua actividade. É certo que o trabalho que se fará, uma vez integrados os jogadores, será muito importante, como é certo que uma torpe gestão do talento pode provocar que elementos com potencial fiquem pelo caminho. A verdade é que não conheço nenhum treinador capaz de ensinar os seus jogadores a crescer ou a inventar-lhes qualidades inatas. Portanto, e neste ponto eu estou seguro da minha opinião, aqueles que quiserem considerar-se como treinadores de formação deverão envolver-se plenamente na busca de elementos com máximo potencial e assegurar que nenhum dos que tem condições para triunfar não jogue por não ter tido oportunidade para tal."
2 comentários:
Concordo plenamente e em conversas com o prof. Mário Silva percebemos que se continuarmos com o panorama actual a formação irá ser cada vez pior. Ninguém faz prospecção, indo buscar os miúdos às escolas e abordando aqueles que são mais aptos para o basquetebol.
Ao invés dá-se primazia aos que podem pagar as ((chorudas)) mensalidades e que na sua grande maioria não possuem habilidade e que são os "meninos do papá".
Abraços
O recrutamento só não é problema para os clubes de maior dimensão, que normalmente o fazem junto dos mais pequenos.
A menor divulgação da modalidade nos meios de comunicação social, nomeadamente na TV pública, faz com que menos jovens vejam regularmente jogos de basquetebol.
Também os antigos torneios de verão de 3x3, que muitos encaminharam para o basket, quase desapareceram, com excepção de algumas tímidas tentativas de renascimento nos últimos anos.
As idas às escolas, para acções de divulgação ou observação dos tormeios inter-turmas, também são cada vez mais difíceis pelas regras de funcionamento dos estabelecimentos de ensino.
Em última análise os jovens são cada vez mais dependentes dos pais para entrar no mundo da prática desportiva federada, e os pagamentos, fundamentais para garantir o funcionamento das secções (porque agora tudo tem que ser pago e os apoios são cada vez mais difíceis de captar), acabam também por afastar quem não os pode fazer, muitas vezes os jovens mais aptos para o desporto que, por não terem as mordomias dos PC's e PS3, fazem da rua o seu espaço privilegiado de actividade e com isso adquirem destrezas motoras que os outros não conseguem.
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