Os recentes confrontos entre as selecções distritais de Lisboa de Sub 14 , e os espanhóis de Léon deixaram mais uma vez a claro todo o nosso atraso, confirmando aliás o que já tínhamos sentido em Madrid (Sub 18 em Setembro).
Enquanto os atletas espanhóis sabem quase tudo do jogo e aplicam com velocidade e determinação defesas agressivas ( HH Press, 1.,2.2. Zona Press, HH meio campo e zona 1.2.2.) e ataques demolidores ( recorrendo a movimento constante dos jogadores e bola, bloqueios directos e indirectos, e jogo de postes) , os nossos continuam na fase inicial da aprendizagem.
Consulto frequentemente a página da FEB (ainda acredito que vale a pena aprender para ensinar… ) e ai encontrei nas reflexões dos treinadores muitas das respostas para as nossa eternas dúvidas.
Dos vários artigos consultados retirei alguns conceitos que podem clarificar o caminho que temos urgentemente de seguir:
“ Da mesma forma que os estudantes se preparam para ingressar no mundo do trabalho tentando aprender na escola o máximo , também o jogador deve saber como reagir face ás várias situações que lhe aparecem em campo “.
“Existe uma controvérsia sobre a conveniência ou não de defender zona e de jogar no ataque com bloqueios. A formação do jogador marca a sua progressão e capacidade de assimilativa do atleta e não a idade ou o escalão".
“É importante que os jogadores saibam ler os bloqueios directos , conceito base do basquetebol actual, assim como tenham uma boa leitura dos espaços. Se nas etapas da formação nunca o praticarem é difícil que quando passem de Juniores a Seniores o venham a fazer com eficácia”.
"Aos jogadores temos de ensinar a atacar não só as defesa individuais como as de espaços (zonas) . Da mesma maneira que devem também aprender como se defendem
Os jogadores, desde a idade de Iniciados devem ter conhecimentos das várias opções ofensivas, seja dos sistemas de jogo ou dos conceitos de bloqueios. Sem que seu uso seja uma obsessão no jogo da equipa".
"Os lituanos são bons lançadores porque é normal as suas equipas de formação defenderem à zona”.
“ É importante equilibrar a ambição competitiva com a formativa “.
“Devemos estar preparados para o que vamos encontrar no jogo. Se em algum momento incorporamos algo que os ajuda a competir melhor ou a equilibra desvantagens é bom para a sua motivação”.
“A estratégia dos adversários obriga a que os jovens aprendam a reagir face ás várias opções da defesa".
“Os abusos de estratégias inadequadas na formação por parte dos treinadores devem ser sancionadas pelos dirigentes ou directores desportivos , mas na FEB não somos partidários das limitações regulamentares”.
Temos justas preocupações pedagógicas e não queremos correr o risco de saltar etapas o que faz que normalmente ensinemos pouco e muitas vezes mal.
Não é pela via dos Regulamentos Técnico Pedagógicos que vamos encurtar as etapas. Necessitamos sim urgentemente de treinadores com melhor formação , de competições mais ajustadas e de continuarmos a competir e aprender com o melhor basquetebol da Europa …
2 comentários:
Concordo em muitas coisas com o Mario, principalmente na falta da qualidade dos nossos treinadores sobretudo nos escalões mais baixos, minis, iniciados e cadetes!
A falta de conhecimento do processo de evolução de um jogador e das varias etapas que o constituem é gritante no nosso país!
Idade cronologica, biologica e desportiva, são 3 conceitos diferentes que têm de ser equacionados quando se trabalha com jovens!
Só a partir deste conhecimento basico se pode discutir quando introduzir o quê e como o fazer...
Obrigada Mario por estes pensamentos. Urge formar Treinadores de FORMAÇÃO e não treinadores de competição a liderar equipas de formação. A dias joguem contra uma equipa com 8 jogadores e sinceremente não acredito quer este clube so tenha 8 iniciados. O Treinador desta mesmo fartou-se de criticar a arbitragem mesmo tendo ganho por 30 ou 40 pontos. Por que será ?
Enviar um comentário