sábado, 3 de novembro de 2007
'Ensaio' nas modalidades
Um artigo do DN dava conta da captação de muitos jovens por parte do Râguebi, Triatlo e Basquetebol . Tal como não consegui encontrar no referido artigo dados do nosso basquetebol também não dou conta de tal entusiasmo ....
"As exibições e resultados internacionais dos atletas portugueses ao longo deste ano funcionam como um "ensaio" para o crescimento das modalidades no nosso país. Sem que o espaço do futebol esteja minimamente ameaçado, a verdade é que o râguebi, basquetebol e triatlo têm ganhado um maior mediatismo e com isso conquistado um significativo aumento do número de participantes.
As vitórias de Vanessa Fernandes deram a conhecer uma modalidade sem expressão em Portugal. A presença da selecção de basquetebol no Europeu, onde alcançou duas surpreendentes vitórias, mostrou que a Liga nacional também produz atletas de nível internacional. A histórica participação da selecção de râguebi no Mundial colocou o País a falar dos rituais do desporto da "oval". Aliás, a actual popularidade do râguebi é um fenómeno que só encontra paralelismo com o hóquei na década de 80 e inícios de 90.
Popularidade 'oval'
Escasseiam campos de treino para a modalidade, que na maioria dos clubes partilha os relvados do futebol; faltam infra--estruturas de apoio; quase não existem acções de formação; o investimento é praticamente nulo; os clubes de Lisboa estão saturados e não conseguem dar resposta à enorme procura dos novos praticantes; raros são os dirigentes que conhecem o termo profissionalismo. Esta é realidade portuguesa do râguebi, o desporto da moda, que os portugueses começaram agora a descobrir e a praticar, de tal forma que já se questionam as consequências da "febre" do râguebi, que está a alastrar de norte a sul do País.
Para já, ainda não é possível à Federação Portuguesa de Râguebi (FPR) quantificar com exactidão o crescimento verificado este ano, que se acentuou após a participação dos "lobos" no Mundial. Mas, como afirmou ao DN sport José Costa Dias, responsável do departamento de desenvolvimento da FPR, é seguro dizer que a maioria dos clubes duplicou o número de inscritos - o Belenenses, no ano passado, por esta altura, tinha 120 inscritos e agora, a dois meses do final das inscrições, já conta com 254 - e que algumas regiões estão a assistir ao nascimento em série de clubes, como é o caso do Alentejo, que de três passou para oito.
Actualmente existem 3409 atletas federados (dados de 2006/07), o que significa um aumento de 664 participantes relativamente à época 2005/2006. Números que ainda ficam longe dos 131 835 do futebol, ou dos 30 760 do andebol, mas que começam a chamar a atenção dos patrocinadores e dos responsáveis que parecem estar dispostos a aproveitar a onda de popularidade.
O boom desta modalidade atinge sobretudo os escalões mais jovens, entre os seis e os 14 anos. "Há miúdos a trocar o futebol, a natação, o judo pelo râguebi", diz José Costa Dias. Mas o fascínio pelas placagens não é exclusivo das crianças. "No Belenenses recebemos algumas mensagens que reflectem a onda de descoberta da modalidade e da vontade de experimentar. Um dos casos mais exemplificativos foi o de um jovem com 35 anos que nos escreveu a dizer que gostava de treinar com os seniores. Perguntava a que dias eram os treinos, a que horas e qual o equipamento. Fez uma breve descrição das suas características físicas e capacidades", contou ao DN Manuel Resende, director executivo do râguebi do Belenenses.
João, de 13 anos, treina no CDUP, sabe o nome de todos dos jogadores da Nova Zelândia e o seu sonho é representar a selecção e jogar numa equipa profissional, fora de Portugal, é claro. "Foram os meus pais que me incentivaram e hoje não me imagino sem este desporto", diz. "Os pais apercebem-se que o râguebi é uma escola de vida. É uma modalidade que transmite às crianças valores como o respeito, tolerância, humildade, honra, responsabilidade, espírito de equipa e amizade", explica Manuel Resende, adiantando que actualmente é mais a criança que procura o râguebi e os pais são confrontados com a escolha. A razão? "É um jogo de fuga, que se pratica ao ar livre, onde a liberdade é total. Além disso é divertido." com Cipriano Lucas e Elisabete Silva
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