sexta-feira, 1 de junho de 2007
A Importância do banco
Luís Magalhães, treinador dos bicampeões nacionais, foi adepto, ao longo de toda a época, do sistema de rotação muito utilizado na NCAA, onde se faz um constante apelo aos suplentes.
Contudo, também aqui temos excepções e, em 2001, a famosa Universidade de Duke ganhou o campeonato recorrendo quase sempre a seis jogadores e o mesmo fez o "College" de UCLA que usou sete, em 1995.
A Ovarense utilizou uma rotação de 12 jogadores, ao contrário da maioria dos seus adversários, que jogaram com 7/8 jogadores. Em mais de 30 jogos, seis atletas da Ovarense jogaram para cima de 20 minutos (média), três mais de 10 minutos e apenas o Fernando Neves, o Nuno Perdigão e o Nuno Cortez não chegaram a esse registo.
Os jogadores que saíram do banco dos suplentes (“off the bench”) ajudaram a equipa a melhorar, o que é um aspecto decisivo para quem quer vencer campeonatos.
Não basta ter um bom cinco em campo. É fundamental ter mais quatro ou cinco jogadores no banco preparados para entrar e contribuir, não só com pontos, mas também com um bom trabalho defensivo.
Com este sistema, dominaram claramente a Fase Regular (27 vitórias e apenas 5 derrotas) e chegaram ao playoff com os portugueses (Miguel Miranda, André Pinto, Nuno Manarte, Rui Mota, Nuno Perdigão, Fernando Neves e Nuno Cortez) motivados, já que tinham jogado minutos de qualidade (não entravam nos minutos finais quando tudo estava já decidido).
Assim, os jogadores menos utilizados aproveitaram as oportunidades e deram contributos para a conquista do título, justificando plenamente a confiança do treinador.
A Ovarense não tem nenhum jogador em evidência nos indicadores estatísticos. Mas, já nos colectivos, tem particular destaque (playoff): na defesa, mantendo quase sempre uma boa atitude e o compromisso colectivo (foi a equipa que menos pontos sofreu: 69), nos lances livres (73%), no total de ressaltos (37,4) e nas perdas de bola, onde também lidera (10,4).
De resto, a Ovarense manteve o cinco (“starting lineup”) em todos os jogos do playoff: Cordell Henry, Ben Reed, Shawn Jackson, Gregory Stempin e Élvis Évora.
Claro está que outros sistemas são também possíveis.
Jogar sem regras pré definidas nas substituições, ler o jogo e optar pela rotação mais adequada, substituir quem tem problemas de faltas, está cansado ou não está a cumprir o previamente planeado, também pode levar às vitórias.
Rotação completa não é obviamente sinónimo de sucesso.
Uma palavra final para aquele que foi, sem sombra de dúvida, o jogador mais valioso do campeonato: Paulo Cunha (FC Porto). Desejo que marques mais um triplo, desta vez no jogo da vida, e que em Setembro estejas a jogar em Sevilha, para orgulho dos portugueses.
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