sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

A guerra 21

 Ao ler o “Expreeso”, como habitualmente , encontrei um artigo de opinião interessante que vai de encontro algumas das minhas preocupações .

Frequento a net e não há dia em que não encontre esta denominada “guerra civil” qualquer que seja o tema : politica nacional e internacional , vacinas , confinamento ou não no desporto, comentários televisivos , fpb ,basquetebol, “estrangeirismos “ etc etc.
Aqui fica parte do artigo como matéria para reflexão colectiva …




A GUERRA CIVIL DE 21
LUÍS PEDRO NUNES
“Falemos, pois, de nós. Observemo-nos fechados na pandemia, cada vez mais ligados às redes sociais, cada vez mais frustrados, cada vez mais entrincheirados, cada vez mais divididos por clãs. O conceito de “câmara de eco” aplicado ao consumo de internet visa utilizar uma analogia para explicar um local onde não são os sons mas a informação a reverberar num invólucro oco. É este o risco que corremos atualmente. Termos caído em câmaras de eco diferentes estando a consumir a mesma informação que ecoa e se reproduz em ambiente fechado, não questionada, dependente de doutrinação e propaganda via facebooks e twitters. Aparentemente, estamos na mesma floresta. Mas as tribos estão divididas. Na mesma casa, em divisões diferentes podem conviver dois guerreiros de teclado de dois clãs divergentes a alimentar duas câmaras de eco rivais. E vivem online em conflito e escaramuças à beira de uma guerra. Online.
O confinamento só agudizou este sentimento de ódio digital. Cara a cara, em quotidiano, as pessoas tendem a dar-se bem. Mas, leio em artigos: as pandemias e os confinamentos dizimaram categorias inteiras de amigos e conhecidos. A vida quotidiana encolheu para poucos metros quadrados.
Este fechar ao mundo corresponderá a um empurrar o próprio mundo para uma maior tribalização da vida digital, só com os meus, a ver o mundo com os olhos dos meus e odiar quem não vê o que é óbvio para mim. Mesmo em Portugal, e estou só a falar de Portugal, todos os dias desconhecidos estraçalhados na redes e assassinados em batalhas hediondas diariamente travadas online. Seja com primatas não humanos ou nas redes sociais em confinamento fica comprovado que a violência está na nossa natureza. Basta haver condições. Isso de ter ou não estatuto de guerra civil é apenas semântica”.

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