Caro
prof. Mário silva:
Chamo-me
Paulo Ramos e sou o autor daquele comentário sobre fusão CNB1-2 que
deu origem à sua resposta. Sou um fiel seguidor do seu blogue, no qual
você coloca sempre os seus pontos de vista e opiniões de forma bastante lúcida
e assertiva, embora em alguns casos eu possa não estar em total acordo com os
mesmos.
O meu
comentário saiu um tanto ou quanto exagerado no tom que usei, em especial na
parte final onde o acuso de falta de coerência de pensamento. A você, um homem
das lutas e das reivindicações, dos 25 de Abril, dos 1 de Maio, das
manifestações dos professores. De facto, muito desajustadas e descabidas,
assaz até ofensivas, as minhas palavras.
Por isto
lhe peço desculpa.
Apraz-me
registar que no essencial estejamos de acordo quanto à reforma das competições
seniores masculinas. Em relação ao meu comentário que você transcreve, vou
neste momento até mais longe: acho que não há condições financeiras para uma 2ª
divisão de âmbito geográfico nacional, daí que a proliga devesse ser, no meu
entender, partida em duas séries (norte e sul). Teríamos então uma Liga
com série única de 14-16 equipas, duas séries da Proliga com 12 equipas cada e
o que restasse dividía-se por 4 séries das 3ª divisão (chamar-lhe 1ª divisão é
um bocado ridículo...): norte A, norte B, sul A e sul B. As subidas depois
faziam-se em cascata: o campeão da norte A e norte B subiam à Proliga
Norte e análoigo para a zona Sul.
Tendo 12
equipas em cada série da Proliga e 14-16 na Liga cumpria também um requisito
que me parece fundamental: cada equipa de cada divisão acima tem de fazer mais
jogos que a divisão abaixo. Ou seja, assim as equipas da Liga faziam mais jogos
(pelo menos na fase fregular) que as da Proliga e análogo para a relação
Proliga - 3ª divisão. Não faz sentido que, neste momento, tenhamos equipas da
CNB2 a fazer muito mais jogos que equipas da Liga.
Repare
que vocês, Galitos e Física fizeram 20 jogos (sem contar com outras
competições), ao passo que Scalipus, Algés B, BAC, Montijo e Queluz
fazem 36. E se uma destas for à final nacional faz mais um. Não faz sentido,
quanto a mim.
Mas não
me quero alongar. Este mail serve apenas para lhe pedir desculpa pelo tom que
usei na escrita. Respeito-o muito, gosto do modo como comenta os jogos na TV,
como prepara as suas equipas, admiro o seu "arrumar de casa" na
ABLisboa, o "construir de casa" em Vila Franca, e não podia deixar
passar esta oportunidade para um mea culpa.
Grande
abraço,
Paulo
Ramos