Os eternos apaixonados pelo basket...

De quando em vez recebo noticias de amigos que já não vejo faz algum tempo. Adversários no campo mas amigos e solidários cá fora com uma causa comum a paixão do basquetebol.
Na semana passada recebi a visita do Zé Sá que queria aprender o "meu " scouting". Hoje foi a vez do carlos Gouveia se lembrar de mim...
Aqui fica o seu registo que me deixa obviamente feliz:

"Caro Mário
Sou, ou melhor, fui até muito recentemente um "infoexcluído". Conheço a tua adesão desde há muito às "coisas da informática" até pela tua própria formação. Desde Outubro de 2008 que passei à condição de aposentado. Fui continuando avesso a estas "modernices". Mas o tempo vai-nos alterando algumas "convicções/teimosias"! Bem, dei-me a dar uma espreitadela pelo teu site ( é assim que se diz?) e achei absolutamente justificado enviar-te as minhas sinceras felicitações não só pela qualidade do seu conteúdo como pela clara paixão que vais de forma persistente demonstrando em relação a este jogo que merece o entusiasmo de muitos de nós. Era feio espreitar, ver, gostar e não dizer nada, não achas? Bem, por hoje fico-me por estas breves notas. Numa próxima oportunidade, que espero seja em breve, entrarei em contacto contigo para trocarmos impressões sobre o que entendermos interessante fazê-lo.
Um abraço do
Carlos Gouveia

A arte de bem defender...

Tenho seguido com redobrada atenção o campeonato da NCAA (Espn America) , particularmente no que diz respeito à equipa de Kentucky (Calipari e o seu ataque DDM).
Contudo muitas outras equipas se destacam como por exemplo a nº 1 Texas que faz da defesa em meio campo a sua principal arma . Com uma defesa colectiva conseguem pressionar todas as linhas de 1º passe.
O filme e alguns “clips” ajudam a entender melhor a forma como a executam . Curiosamente não divergem muito da clássica de defesa de Duke (Mike K) com a grande vantagem de terem jogadores mais fortes atleticamente o que lhes permite pressionar sempre a bola e os jogadores.




Tudo começa com a sobremarcação aos jogadores do perímetro. Os “Longhorns” sobremarcam todos os jogadores do perímetro mesmo os que estão perto da linha de meio campo.


Nesta sequência, o defensor de Texas coloca a mão e o corpo na trajectória do atacante e não lhe permite ir buscar a bola à mão .
O atacante não perdeu a bola foi obrigado a jogar de forma diferente.






Recuperar (Recover)
O maior problema com este tipo de defesa agressiva é que fica muito vulnerável aos cortes nas costas (backdoor). Contudo os jogadores de Texas estão bem treinados são atléticos e conseguem recuperar rapidamente a posição e a bola. Sobremarcam forte e recuperam ao mesmo tempo.(deny hard, and recover )




Ajuda (Help)
Finalmente, é quase impossível ter uma defesa individual sólida se não tivermos uma atitude colectiva . Texas funciona particularmente bem quando o defesa ao portador da bola sé ultrapassado , reagindo como um bloco na tentativa de parar a bola.

O "meu" menino na Suécia....

O meu ex-jogador Justin bailey, que tão bem jogou na nossa liga (Belenenses e F.C.Porto)não pára quieto e agora está a jogar na Suécia.

Como ultrapassar este atraso...

Os recentes confrontos entre as selecções distritais de Lisboa de Sub 14 , e os espanhóis de Léon deixaram mais uma vez a claro todo o nosso atraso, confirmando aliás o que já tínhamos sentido em Madrid (Sub 18 em Setembro).
Enquanto os atletas espanhóis sabem quase tudo do jogo e aplicam com velocidade e determinação defesas agressivas ( HH Press, 1.,2.2. Zona Press, HH meio campo e zona 1.2.2.) e ataques demolidores ( recorrendo a movimento constante dos jogadores e bola, bloqueios directos e indirectos, e jogo de postes) , os nossos continuam na fase inicial da aprendizagem.

Consulto frequentemente a página da FEB (ainda acredito que vale a pena aprender para ensinar… ) e ai encontrei nas reflexões dos treinadores muitas das respostas para as nossa eternas dúvidas.
Dos vários artigos consultados retirei alguns conceitos que podem clarificar o caminho que temos urgentemente de seguir:

“ Da mesma forma que os estudantes se preparam para ingressar no mundo do trabalho tentando aprender na escola o máximo , também o jogador deve saber como reagir face ás várias situações que lhe aparecem em campo “.

“Existe uma controvérsia sobre a conveniência ou não de defender zona e de jogar no ataque com bloqueios. A formação do jogador marca a sua progressão e capacidade de assimilativa do atleta e não a idade ou o escalão".

“É importante que os jogadores saibam ler os bloqueios directos , conceito base do basquetebol actual, assim como tenham uma boa leitura dos espaços. Se nas etapas da formação nunca o praticarem é difícil que quando passem de Juniores a Seniores o venham a fazer com eficácia”.

"Aos jogadores temos de ensinar a atacar não só as defesa individuais como as de espaços (zonas) . Da mesma maneira que devem também aprender como se defendem
Os jogadores, desde a idade de Iniciados devem ter conhecimentos das várias opções ofensivas, seja dos sistemas de jogo ou dos conceitos de bloqueios. Sem que seu uso seja uma obsessão no jogo da equipa".

"Os lituanos são bons lançadores porque é normal as suas equipas de formação defenderem à zona”.

“ É importante equilibrar a ambição competitiva com a formativa “.

“Devemos estar preparados para o que vamos encontrar no jogo. Se em algum momento incorporamos algo que os ajuda a competir melhor ou a equilibra desvantagens é bom para a sua motivação”.

“A estratégia dos adversários obriga a que os jovens aprendam a reagir face ás várias opções da defesa".

“Os abusos de estratégias inadequadas na formação por parte dos treinadores devem ser sancionadas pelos dirigentes ou directores desportivos , mas na FEB não somos partidários das limitações regulamentares”.

Temos justas preocupações pedagógicas e não queremos correr o risco de saltar etapas o que faz que normalmente ensinemos pouco e muitas vezes mal.
Não é pela via dos Regulamentos Técnico Pedagógicos que vamos encurtar as etapas. Necessitamos sim urgentemente de treinadores com melhor formação , de competições mais ajustadas e de continuarmos a competir e aprender com o melhor basquetebol da Europa …

Saudades da Liga...

Com o fim da Liga deixei quase de ver basket sénior e de nele participar.
Deixo contudo alguma informação relativa ao novo jogador do Guimarães que confirmou esta segunda-feira a contratação de Calvin Clemmons Jr., poste norte-americano que na época passada representava o Cosmental Navarra, de Espanha.
O atleta tem passaporte português pelo que pode ingressar no Clube ainda esta época.



Podem também ver alguns treinos do atleta em :
http://www.youtube.com/user/calclem3535#p/u/1/GNPebOG8uRQ

Comparar com Espanha...

Zaragoza foi sede dos Campeonatos de Espanha de Sub 16 e Sub 14.
Seguimos com alguma curiosidade a carreira de León (Sub 14) e da Extremadura (Sub 16 masculinos) já que tivemos oportunidade de os defrontar no Torneio de Natal da ABL.
Ficamos assim com uma ideia ainda mais clara do valor relativo das equipas lisboetas e do nosso basquetebol em particular.

Um pouco de cultura basquetebolistica não faz mal a ninguém.
Junto o glossário do basquetebol.
http://www.fip.it/public/41/3532/fiba%20glossary.pdf

Bola ao ar...vale ou não ?

A ajuda vem de Espanha...

O Natal é tempo de Torneios nos vários escalões da Formação.
Em Setembro já tínhamos iniciado na ABL o intercâmbio com os espanhóis, abrindo caminho para mais confrontos seguindo aliás o que alguns clubes e associações já faziam faz alguns anos.
O melhor basquetebol da Europa está mesmo aqui ao lado e só temos de aproveitar para dar experiências novas aos jovens.
Como gosto de números fiz um somatório dos jogos disputados contra os nosso vizinhos e os resultados são motivo de mais uma reflexão:
33 jogos ( masculinos e femininos em vários escalões) : 18 vitórias e 15 derrotas
Nos confrontos entre selecções do mesmo escalão : 9 jogos – 2 vitórias e 7 derrotas
Nos jogos com “handicap” favorável ( selecções contra clubes ou escalões diferentes) :
21 jogos – 15 vitórias e 6 derrotas
Jogos entre clubes e do mesmo escalão: 3 jogos – 1 vitória e 2 derrotas

Palavras do Mário...Saldanha

"Sinceramente acho que os centros de treino estão muito aquém dos resultados esperados. Os resultados das Selecções jovens, se exceptuarmos os Sub-16 que estiveram no Grupo A, têm sido muito abaixo, face ao investimento que é feito, especialmente em 2009 onde foram catastróficos. Verifica-se também que os jovens atletas não chegam aos clubes da Liga e, se algum os alcança, quase sempre é só para treinar. Aliás, é recorrente ouvirem-se treinadores portugueses a queixarem-se da dificuldade que existe em conseguirem bons jogadores nacionais para os seus planteis, não apostando em jogadores formados nos nossos centros de treino.

Palavras do Mário...não Silva , mas sim Saldanha (Presidente da F.P.B.).