quinta-feira, 10 de setembro de 2015

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Curso treinadores Algarve

Mais  um curso de treinadores onde sou novamente Director e Prelector , desta vez no Algarve. A exemplo do que tenho encontrado  por todo o país os formandos estão motivados  para aprenderem os segredos da modalidade 


Treinadores nacionais .


Participei no Clínic Sangalhos  , oportunidade para rever amigos de longa data . Mais uma vez ficou provado que temos treinadores nacionais com grande capacidade , independentemente da sua idade . Ninguém deu treinos e todos explicaram à sua filosofia . Valeu a pena ter feito tantos quilometros.
Abordei o tema 3x3 FIBA , com a certeza que a modalidade vai ter futuro em Portugal ..,

terça-feira, 1 de setembro de 2015


O oito e o oitenta
Mário Silva

A comunidade do basquetebol tem motivos de sobra para estar contente. A seleção Nacional Feminina de Sub 16 acaba de conquistar de forma brilhante o titulo de Vice Campeã da Europa e o apuramento para o Campeonato do Mundo de Sub 17 a realizar em Espanha no próximo ano . Se lhe juntarmos o 6º lugar das Sub 20 fácil é concluir que a evolução neste sector tem sido uma constante e que para surpresa de muitos jogamos agora de igual para igual contra todos ( mesmo a seleção Sub 18 que se classificou em 15º lugar mostrou argumentos válidos ).
Com os apoios financeiros substancialmente reduzidos, com os CAR a fecharem e sem coordenação técnica geral visível em todos os escalões conseguimos contrariar o que parecia inevitável.
O mérito vai para os Clubes , treinadores e FPB que realizaram um excelente trabalho de recrutamento e treino com uma nova geração que contrariando as previsões pessimistas dá continuidade ao trabalho das mais velhas (Sub 20 e Sub 18). Mesmo com um nível de exigência muito baixo no Minibasket o potencial inicial das nossas jovens é em tudo semelhante ao existente nos restantes países . Se o trabalho realizado não fizer a diferença , como era norma no passado, fica claramente demonstrado que podemos competir com todos.
Em contraste no sector Masculino cada seleção apresentou modelos de jogo diferenciados e sem qualquer fio condutor. Os resultados só podiam ser cinzentos , pese a boa vontade e a aplicação , não conseguimos sair da mediocridade da Divisão B.


Foi sempre mais fácil “fazer boa figura competitiva” internacional no feminino que no masculino. Já há mais de 40 anos o Prof. Teotónio  Lima  dizia!
Encontrar explicações para tais discrepâncias e quais as soluções a implementar rapidamente para inverter esta situação é tarefa urgente de quem dirige. A opção não pode passar por apostar agora só no feminino e deixar cair o masculino. A modalidade é só uma . Urge sim reforçar o trabalho no feminino e retirar o masculino do buraco onde se encontra.

A Ticha e a Mary como referências

A partir de certa altura “entrou” no basquetebol feminino português uma “semente/modelo/referência que “fez a cabeça” de muitas meninas/raparigas que se iniciavam no jogo. Refiro-me à presença de jogadoras portuguesas na WNBA! Em minha opinião “esta imagem” fez “mover” muita imaginação e capacidade de superação que aspiraram ser “como a Ticha Penicheiro ou como a Mary Andrade”..
O “sonho americano” de jogar numa Universidade dos Estados Unidos está cada dia mais presente no imaginário das nossas atletas .
Foi muito mais no basquetebol feminino (que no masculino) que no basquetebol português se trabalhou e se prepararam de forma mais continuada jogadoras com um sentido estratégico e uma visão de futuro.

Guias espirituais
Apesar de tudo, o basquetebol feminino foi tendo sempre “guias espirituais” reconhecidos oficialmente e (por isso mesmo!) capazes de irem encontrando os apoios que necessitavam. O José Leite e o Ricardo Vasconcelos são bons exemplos. Enquanto a partir de certa altura o basquetebol português a nível masculino foi ficando “inquinado” , no basquetebol feminino emergiram sempre treinadores cujo sentido de missão e entrega foi decisiva na preparação de várias gerações de jogadoras.

O problema no sector masculino estará no recrutamento ?

O futebol , liderado por um ex-praticante de basquetebol , Fernando Gomes , conta com 160.000 atletas e recruta a maioria dos jovens mais aptos . Se juntarmos o futsal e o futebol de praia sobram poucos para as denominadas “ amadoras”.
Será que ao basquetebol masculino apenas chegam as denominadas crianças “totós” ( designação do Prof.José Neto ) , que são hoje definidas como crianças superprotegidas para quem o confronto com os outros é complicado .
A crise econômica também não ajuda nada e atualmente no basquetebol tudo é pago . O principal suporte dos clubes são agora os pais e faz tempo que passou a ser regra a quotização mensal . Assim a pergunta que fica é sempre a mesma : e quem não tem dinheiro para pagar não joga ?

Competem pouco os nosso rapazes ?


Retirar a competição aos jovens é errado . O problema dos Campeonatos de Jovens não está na competição per si. Isso os jovens fazem todos os dias, na escola, na rua (cada vez menos), na playstation (cada vez mais), mas sim no enquadramento que alguns adultos dão a estas atividades .
Faz todo o sentido que os jovens praticantes de 
basquetebol , seguindo o exemplo de todas as outras modalidades , compitam desde cedo a nível Nacional de forma séria e por capacidades desportivas .
Não há (nem deve haver!) qualquer contradição entre formar jovens atletas e, em simultâneo, buscar a afirmação e sucesso. Tentar ter êxito significa fazer o nosso melhor, ser excelente quanto possível relativamente a todas as exigências contidas na realidade profissional que nos rodeia.O que não faz sentido é as três seleções terem tão pouco ou nada em comum nos modelos de jogo e no tempos de utilização dos jogadores.
Quanto mais competem mais progredirem.

A culpa será dos treinadores ?
Ensinam pouco ? Ensinam mal ? São mal ensinados ?
O modelo de jogo das equipas jovens está desajustado ?
Os problemas do nosso basquetebol não passam por defender zona ou hh. Se alguém tinha duvidas elas agora acabaram . Com acesso, via Youtube, ás competições da FIBA , os treinadores podem confrontar ideias e conceitos. Defender à zona não é “crime” em parte nenhuma do mundo (Escalão sub 16). “Crime” é não ensinar coisa nenhuma ...
Formar mais e melhores treinadores é a vocação da ENB que tem dificuldades em encontrar quem desempenhe de forma efetiva o importante papel de Tutor.
Estamos numa fase do nosso basquetebol em que abundam Clinics de treinadores e se realizam cursos nos vários níveis . Falta contudo passar a mensagem do que é urgente e prioritário para a modalidade . Um Clinic não é um treino e não adianta passar mensagens do tipo " olhem para o que eu digo, não olhem para o que eu faço".
Não acredito que seja possível formar treinadores e jogadores por via regulamentar . Continuo a acreditar no que canta o Caetano Veloso (”É Proibido proibir”):
Eu digo não.
Eu digo não ao não.
Eu digo.
É proibido proibir.


Eu digo sim
Eu digo não ao não
Eu digo É proibido proibir”

Aproveitar a onda ...
O argumento de que somos um pais com poucos habitantes e que não podemos aspirar a muita coisa cai pela base com a nossa classificação nos Sub 16 , com a vitoria da Republica Checa ( tem sensivelmente o mesmo numero de habitantes que nós ) e ainda entre muitos outros exemplos , também com a vitoria da Bosnia Hesgovina (4 milhões de habitantes ) no mesmo escalão em Masculinos..
O basquetebol tem de dar continuidade ao que já se conquistou e ao mesmo conseguir recrutar mais e melhores jovens praticantes .
Temos de aproveitar a onda e não repetir os erros do passado em situações em tudo semelhantes . A preparação para o mundial Sub 17 começou ontem ...










Um falso problema que não se resolve com regulamentos ...


O tema tem muitos anos , ensinar ou não defesas zonais . Já vou perdendo a paciência para repetir o mesmo...
Um artigo bem escrito pelo treinador espanhol José Rivero  justifica o meu conceito de liberdade...



“Hay un debate omnipresente sobre las Defensas en Zona en categorías de Formación. En pretemporada se mantiene tranquilo y a medida que avance la Temporada empezará a tomar protagonismo. Es un debate que no me suele agradar porque normalmente se radicaliza en exceso o se hace demasiado populista, von posturas que derivan en dos bandos contrapuestos, en los que para mi gusto, ambos pierden algo de razón.

No soy Juez de nada o nadie y mucho menos utilizar el mazo como arma arrojadiza, tampoco pretendo ni nunca lo he pretendido tener la verdad absoluta. Pero hay cosas que son totalmente evidentes. En Etapa de Formación es absolutamente prioritaria la Defensa Individual. En esta importantísima Etapa se tienen que enseñar aspectos básicos en sus diferentes ciclos, como son: Desplazamiento Defensivo, Defensa al Balón, Líneas de Pase, Posicionamiento y buen uso de manos, brazos y cuerpo, Lado Fuerte/Lado Débil, las Ayudas, Recuperaciones, Rotaciones, Segundas Ayudas, Defensa de Cortes y de los diferentes Bloqueos, etc. Todos estos mecanismos deben desarrollarse en diferentes recorridos, distancias e intensidades. Este obligatorio aprendizaje se debe modular en el marco de una Defensa Individual, donde se vayan variando los espacios para consolidar el conocimiento progresivo de la defensa del 1×1 – 2×2 – 3×3 – 4×4 y 5×5.

Didácticamente la Defensa Individual es la mejor estructura para garantizar una mejor asimilación de todos esos Fundamentos Individuales y Colectivos. Queda claro, ¿no?
Digeridos ya todos esos conocimientos, ya tendrá cabida la Defensa en Zona, que no es otra cosa que defender individual, en una zona determinada. Si se usa antes la Zona es porque estoy buscando atajos, saltándome plazos y metodología, con el objetivo de conseguir un rendimiento. No hay más.

No me parece conveniente que demonicemos las defensas zonales, transmitiendo un yuyu irreal a nuestros jugadores o nos convirtamos en una especie de miembro de la Inquisición, que quiera mandar a la hoguera a aquellos que hayan tenido la osadía de “pecar”, parapetando a sus jugadores en una formación 2-3/2-1-2 o 3-2.

Estos extremismos existen porque las defensas zonales, muchas veces, desnudan las carencias del rival y eso duele. O porque este tipo de esquema defensivo se relaciona con una propuesta sin riesgo o porque tiene menor valor, al costar menos tiempo y esfuerzo implantarla o porque es una herramienta táctica relacionada con la especulación del resultado.

No obstante, me parece adecuado que se sepa interpretar que es posible compatibilizar el entrenamiento diario exclusivo de la Defensa Individual, con el uso puntual y esporádico de la Zona, en un momento competitivo o crucial de la Temporada.

No seamos tan obtusos que actuemos con intransigencia con los demás y no tengamos el mínimo sentido de la autocrítica con nosotros mismos.

Vamos a ponernos en una situación ficticia e imposible. Imaginemos que la Defensa Individual está prohibida. Solamente se puede desarrollar a partir de Junior. Solo se puede defender en Zona, de las cerraditas, popularmente llamadas cochineras. El mundo al revés. No se preocupen, no me he vuelto loco, analicemos con mesura qué pasaría.

Esto provocaría que los jugadores y jugadoras no obtuvieran en su formación un nivel adecuado DEFENSIVO, pero, ¿qué pasaría en ATAQUE?

Creo que los entrenadores buscarían jugar en ventaja numérica lo máximo posible, para evitar atacar siempre contra un 5×5 donde están colapsados los espacios cerca de la canasta. Por tanto, se trabajaría más el Contraataque. Eso es bueno, ¿no?

Para que el Contraataque tenga mayor eficacia se intentarían minimizar los errores, rentabilizando cada intento de ataque rápido. Fundamentos como el Pase tendrían que tener una atención especial para evitar pérdidas de balón, administrando bien las posesiones. Además el Pase a diferentes distancias y formas cobraría más importancia que la enseñanza del Bote. No está mal, ¿no?

El Tiro a media y larga distancia se convertiría en un arma absolutamente indispensable, por tanto se tendría que mejorar el trabajo de este Fundamento. Se tendría que entrenar más y mejor. Esto es positivo, ¿no?

Para elaborar canastas en ataque estático ya no se dependería tanto del 1×1, sino que el ataque tendría que ser más elaborado. Ya no nos encontraríamos con Equipos de Base que uno o dos jugadores acaparan sustancialmente el balón. Habría más circulación y pases, más juego colectivo, “Baloncesto de Pases”. Para ello se tendría que intensificar el perfeccionamiento de toda la gama de Pases y además la enseñanza del Juego sin Balón sería totalmente fundamental. Esto estaría bien, ¿no?

Conclusión: los jugadores no se formarían bien en Defensa, pero con estas reflexiones dentro de una situación imaginaria, queda demostrado que son mejores pasadores/tiradores y se jugaría más en Equipo. Todo esto provocado por la obligatoria implantación de la maldita Defensa en Zona. Qué cosas!

Pero no se emocionen algunos y se estresen otros, esto no va a ocurrir, no se va a prohibir nunca la Defensa Individual, eso espero. Era una cuestión de intentar dulcificar un poco la tirria desmedida que se tiene a la Defensa en Zona e indirectamente y de forma subliminal, poner en exposición los déficits que yo veo en el Ataque de algunos equipos de Formación que observo en las diferentes competiciones de Base. En definitiva, mi humilde, extraño y sutil consejo es que se entrenen los aspectos ofensivos de nuestros equipos de Base, como si nos fueran a defender siempre en Zona. No solamente por las ventajas anteriormente expuestas, sino porque si se nos ponen en Zona evitaríamos un cuadro neurótico innecesario y sobre todo porque los jugadores/as, quizás, estarían mejor entrenados, efectuando, posiblemente, un mejor Baloncesto”.