domingo, 26 de janeiro de 2014

Scouting NBA (Londres)

Por mais que me esforce não consigo ver um jogo de basquetebol  sem me abstrair da condição de treinador. O jogo ,realizado recentemente em Londres, da NBA  entre os Nets  e os  Atlanta não constituiu  excepção
Aproveitando o tempo de espera no aeroporto de Heathrow  escrevi algumas  notas que posteriormente completei e passo a compartilhar:
Pavilhão completamente cheio, mas 4 horas é muito tempo , entrei às 19 e só de lá saí  depois das 23 horas.
Hinos Norte americano e Inglês cantados  a preceito.

Ganharam claramente os Nets (127-110)
Apresentaram  uma equipa colectiva (fizeram  38 assistes) , bem mais experiente, com melhores jogadores e melhores soluções . Estiveram terrivelmente  eficácia nos triplos (59% com 16 lançamentos convertidos  ) e arrasaram também na  luta das tabelas ( 40-28 ) .
Os Atlanta  estiveram mais modestos mas não falharam um único dos 22  lance livres .
Algumas ausências por lesão , viagens , e elevado número de jogos justificam alguma quebra de rendimento das equipas
Ambas as equipas sem terem postes dominadores no jogo interior empobrecem a qualidade do jogo.
Com 237 pontos marcados no jogo tive oportunidade de ver cestos para todos os gostos e feitios …
Muito mal na defesa às penetrações em drible, isolamentos e movimentos elementares de PR os ataques acabaram quase sempre com cesto convertido dada a passividade das defesas.
Ritmo de  jogo lento quase sem transições rápidas e ataques de posição demasiado estáticos com 1 ou 2 jogadores envolvidos na acção e os restantes à espera…





Árbitros fraquinhos , assinalando demasiadas violações (passos)   e com deficiente julgamento nas  faltas.










Joe Johnson#7 , de Brooklyn ,que curiosamente já jogou 7 épocas em Atlanta justificou ,na arena O2 ,a razão pela qual é o que mais dinheiro ganha de entre os atletas em confronto ($21,466,718) : marcou 29 pontos (26 na 1ª parte)  explorando a sua capacidade técnica e os “mismatches”. 



Andray Blatche (#0 ) fez esquecer o lesionado Brook Lopez, marcou 20 pontos e conquistou 14 ressaltos .









Velhotes com boa leitura de jogo...


Kevin Garnett (#2) não jogou muito tempo (18 m) mas mesmo assim marcou a maioria dos lançamentos (6 em 8) . Já quase só joga no exterior lançando quase sempre do meio e do canto esquerdo aproveitando as aberturas no “Pop Out” ou as assistências dos penetradores Curiosamente estive atento ao seu aquecimento :  ele  só lançou dessas posições e nunca passou a bola a ninguém , o estatuto conta muito…







O outro “velhote”  Paul Pierce (# 34)   mantêm um bom rendimento : joga mais tempo (27 m) lança e converte mais (18 pontos ) e ainda lhe sobrou tempo para assistir os companheiros ( 6 assistes). 




Inacreditável o rendimento de Kyle Korver : andou em campo a fazer tiro ao alvo durante 29 minutos (marcou 1 em 9 ) , mas conseguiu concretizar o objectivo marcar triplos em todos os jogos ( chegou aios 108 consecutivos) . “Dei-lhe a oportunidade de continuar com algo único especial e importante”, disse no final o treinador Budenholzer.  Dificil de entender no basquetebol profissional (europeu) mas perfeitamente justificado no mundo NBA.

Os Atlanta bem tentaram a  "Thru Action"  mas o oponente desta vez estava atento e o atirador sem pontaria.

Atlanta com muitos problemas
Com clara diferença de estatura perderam a guerra das tabelas .


Dos Atlanta gostei do base Jeff Teague (#0) (16 pontos) e ds suplentes Mike Scott  e Shelvin Mack.


Elton Brand #42  já foi um dos melhores “Power forwards “ da Liga .Agora  mesmo com 34 anos  justificava mais tempo em campo (só jogou 22 minutos  e quase sempre bem) . Ainda me lembro dele em Chicago (1999) . 




Os treinadores  conhecem o jogo 



 O Assistant Coach Joe Prunti dos  Brooklyn Nets dá os últimos retoques no plano de jogo ainda na cabina.





Mike Budenholzer, Head coach dos Atlanta Hawk passou a 1ª parte a “dormir”. Apenas na 2ª parte se lembrou de mudar a estratégia defensiva relativamente a Joe Johnson (26 pontos na parte inicial). Com o recurso aos “traps” no perímetro consegui  parar o atirador dos Nets (só marcou mais 3 pontos).




Os Nets facilmente encontraram a solução…umas vezes com sucesso outras nem por isso ; uma das vezes num passe skip acertaram com a bola na cabeça de um espectador que passava tranquilamente por trás do banco dos suplentes.



Jasan Kidd, “head coach” dos Brooklyn Nets tal como o seu adversário perdia demasiado tempo nas conferências com os seus adjuntos e quando chegava perto dos jogadores quase nem tinha tempo de desenhar algo que pudesse alterar o que stava a correr menos bem.Ambos como é habitual na NBA pararam o jogo sempre que o oponente melhorava de eficácia o que provocava quebras imediatas no ritmo do jogo e do interesse do mesmo. 


Sem tempos mortos 
Para surpresa geral  no “break” do terceiro periodo apareceu no ecran gigante um rapaz do meu tempo : O  Beatle Paul McCartney  que seguiu o jogo perto do banco dos Nets. O publico aproveitou e cantou a famosa canção "Hey Jude" .



Futebolistas estiveram lá muitos . O benfiquista David Luis esteve em destaque. 







Para o ano há mais e é novamente em Londres, David Stern já disse  que em Espanha e Itália não valia a pena...

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