Por mais que me esforce não consigo ver um jogo de basquetebol sem
me abstrair da condição de treinador. O jogo ,realizado recentemente em Londres, da
NBA entre os Nets e os Atlanta não constituiu excepção.
Aproveitando
o tempo de espera no aeroporto de Heathrow escrevi algumas notas que posteriormente completei e passo a compartilhar:
Pavilhão completamente cheio, mas 4 horas é muito tempo ,
entrei às 19 e só de lá saí depois das 23 horas.
Hinos Norte americano e Inglês cantados a preceito.
Ganharam
claramente os Nets (127-110)
Apresentaram uma equipa colectiva (fizeram
38 assistes) , bem mais experiente, com
melhores jogadores e melhores soluções . Estiveram terrivelmente eficácia nos triplos (59% com 16 lançamentos
convertidos ) e arrasaram também na luta das tabelas ( 40-28 ) .
Os Atlanta estiveram
mais modestos mas não falharam um único dos 22
lance livres .
Algumas ausências por lesão , viagens , e elevado número
de jogos justificam alguma quebra de rendimento das equipas
Ambas as equipas sem terem postes dominadores no jogo interior empobrecem a qualidade do jogo.
Com 237 pontos marcados no jogo tive oportunidade de ver cestos para
todos os gostos e feitios …
Muito mal na defesa às penetrações em drible, isolamentos e movimentos elementares de PR os ataques acabaram quase sempre com cesto convertido dada a passividade
das defesas.
Ritmo de jogo lento quase sem
transições rápidas e
ataques de posição demasiado estáticos com 1 ou 2 jogadores envolvidos na
acção e os restantes
à espera…
Árbitros
fraquinhos , assinalando demasiadas violações (passos) e com
deficiente julgamento nas faltas.
Joe Johnson#7 , de Brooklyn ,que curiosamente já jogou 7 épocas em Atlanta justificou ,na
arena O2 ,a razão pela qual é o que mais dinheiro ganha de entre os atletas em confronto
($21,466,718) : marcou 29 pontos (26 na 1ª parte) explorando a sua capacidade técnica e os
“mismatches”.
Andray Blatche (#0 ) fez esquecer o
lesionado Brook Lopez, marcou 20 pontos e conquistou
14 ressaltos .
Velhotes com boa leitura de jogo...
Kevin Garnett (#2) não jogou muito tempo (18
m) mas mesmo assim marcou a maioria dos lançamentos (6 em 8) . Já quase só joga
no exterior lançando quase sempre do meio e do canto esquerdo aproveitando as
aberturas no “Pop Out” ou as assistências dos penetradores Curiosamente estive
atento ao seu aquecimento : ele só lançou dessas posições e nunca passou a
bola a ninguém , o estatuto conta muito…
O outro “velhote” Paul Pierce (# 34) mantêm um bom
rendimento : joga mais tempo (27 m) lança e converte mais (18 pontos ) e ainda lhe sobrou tempo para assistir os companheiros ( 6 assistes).
Inacreditável o rendimento de Kyle Korver : andou em campo a fazer tiro ao
alvo durante 29 minutos (marcou 1 em 9 ) , mas conseguiu concretizar o
objectivo marcar triplos em todos os jogos ( chegou aios 108 consecutivos) .
“Dei-lhe a oportunidade de continuar com algo único especial e importante”,
disse no final o treinador Budenholzer.
Dificil de entender no basquetebol profissional (europeu) mas
perfeitamente justificado no mundo NBA.
Os Atlanta bem tentaram a "Thru Action" mas o oponente desta vez estava atento e o atirador sem pontaria.
Atlanta com muitos
problemas
Com clara diferença de estatura perderam a
guerra das tabelas .
Elton Brand #42 já foi um dos melhores “Power forwards “ da Liga .Agora mesmo com 34 anos justificava mais tempo em campo (só jogou 22 minutos e quase sempre bem) . Ainda me lembro dele em Chicago (1999) .
Os treinadores conhecem o jogo
O Assistant Coach Joe Prunti dos Brooklyn Nets dá os últimos retoques no plano
de jogo ainda na cabina.
Mike Budenholzer, Head coach dos Atlanta
Hawk passou a 1ª parte a “dormir”. Apenas na 2ª parte se lembrou de mudar a
estratégia defensiva relativamente a Joe Johnson (26 pontos na parte inicial). Com
o recurso aos “traps” no perímetro consegui parar o atirador dos Nets
(só marcou mais 3 pontos).
Os Nets facilmente
encontraram a solução…umas vezes com sucesso outras nem por isso ; uma das
vezes num passe skip acertaram com a bola na cabeça de um espectador que
passava tranquilamente por trás do banco dos suplentes.
Jasan Kidd, “head coach” dos
Brooklyn Nets tal como o seu adversário perdia demasiado tempo nas conferências
com os seus adjuntos e quando chegava perto dos jogadores quase nem tinha tempo
de desenhar algo que pudesse alterar o que stava a correr menos bem.Ambos como é habitual na NBA pararam o jogo sempre que o oponente
melhorava de eficácia o que provocava quebras imediatas no ritmo do jogo
e do interesse do mesmo.
Sem tempos mortos
Para surpresa
geral no “break” do terceiro periodo apareceu
no ecran gigante um rapaz do meu tempo : O Beatle Paul McCartney que seguiu o jogo perto do banco dos Nets. O publico aproveitou e cantou a famosa canção "Hey Jude" .
Futebolistas estiveram lá muitos . O benfiquista David Luis esteve em
destaque.
Para o ano há mais e é novamente em Londres, David Stern já disse que em Espanha e Itália não valia a pena...
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