O Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, numacerimónia de entrega de prémios do Instituto de Juventude e Desporto, discursou durante cerca de 25 minutos. É óbvio que não há nada de especial neste facto. Mesmo o simples facto de a cerimónia ter ocorrido no dia 1 de Dezembro, data em que se assinala o Dia da Restauração e que o governo menosprezou com a exclusão do calendário de feriados nacionais. Mas nem vamos por aí.
O que é verdadeiramente surpreendente é o conteúdo do discurso do Primeiro-ministro perante as associações juvenis e os jovens que as representavam na cerimónia de entrega dos prémios.
Passos Coelho afirmou, sem qualquer tipo de vergonha ou remorsos, que estava perante “a geração de jovens mais qualificada que alguma vez Portugal já teve, na sua história”. Isto é si é um facto, face à evolução, ao longo dos tempos, nas oportunidades de acesso à informação, à formação e ao ensino. Mas o que torna toda esta demagogia política qualquer coisa de surreal e inenarrável é o lamento de Passos Coelho na incapacidade de aproveitamento desta realidade e do conhecimento que a mesma produz. Como se a falta de emprego para os jovens licenciados (nem para muitos milhares de portugueses), a ausência de investimento na educação, na investigação e no empreendedorismo, não fossem responsabilidade de quem Governa.
Mas ainda mais grave e indiscritível é o (de novo) lamento do Primeiro-ministro pelo facto dos jovens terem de emigrar para se realizarem profissionalmente. E de facto são já muitos os milhares de jovens que procuraram novas oportunidades para além fronteiras, com claros efeitos e impactos negativos no país: menos qualificação e menos conhecimento; ausência de retorno no investimento feito pelo país na formação/ensino; menos empreendedorismo; problemas demográficos como a desertificação de várias zonas, nomeadamente o interior, ou a taxa de natalidade; menor receita contributiva para o Estado; perda da identidade nacional.
Mas é preciso topete para afirmar que “tendo nós esta geração tão qualificada, objectivamente, depositamos nela uma grande esperança para que as transformações no tecido social e económico que precisamos de fazer possam ser mais transformações mais profundas do que aquelas que fizemos no passado. E, portanto, todo o investimento que foi feito em torno das políticas da juventude mais voltadas para as qualificações, para a educação serão críticas para superarmos de forma mais duradoura a crise que estamos a viver”. Para rematar com o mais desavergonhada e petulante afirmação: "Por isso nos dói tanto que, entre aqueles que hoje são mais desenvolvidos e evoluídos do ponto de vista do conhecimento que adquiriram em termos académicos, muitos deles tenham de escolher outras paragens para poderem aceder ou aos seus estágios ou à sua realização profissional".
Mas será que ninguém recordou a Passo Coelho que foi precisamente ele, na qualidade de Primeiro-ministro, e o ex-secretário de Estado da Juventude, que aconselharam, sugeriram e “obrigaram” os jovens (e muitos outros portugueses) a emigrarem?!
Numa coisa Portugal é único: não há politiquice, demagogia, falta de carácter, moral e ética na política nacional, como em qualquer outro lugar do Mundo.
Infelizmente, temos o Govero que temos.
O que é verdadeiramente surpreendente é o conteúdo do discurso do Primeiro-ministro perante as associações juvenis e os jovens que as representavam na cerimónia de entrega dos prémios.
Passos Coelho afirmou, sem qualquer tipo de vergonha ou remorsos, que estava perante “a geração de jovens mais qualificada que alguma vez Portugal já teve, na sua história”. Isto é si é um facto, face à evolução, ao longo dos tempos, nas oportunidades de acesso à informação, à formação e ao ensino. Mas o que torna toda esta demagogia política qualquer coisa de surreal e inenarrável é o lamento de Passos Coelho na incapacidade de aproveitamento desta realidade e do conhecimento que a mesma produz. Como se a falta de emprego para os jovens licenciados (nem para muitos milhares de portugueses), a ausência de investimento na educação, na investigação e no empreendedorismo, não fossem responsabilidade de quem Governa.
Mas ainda mais grave e indiscritível é o (de novo) lamento do Primeiro-ministro pelo facto dos jovens terem de emigrar para se realizarem profissionalmente. E de facto são já muitos os milhares de jovens que procuraram novas oportunidades para além fronteiras, com claros efeitos e impactos negativos no país: menos qualificação e menos conhecimento; ausência de retorno no investimento feito pelo país na formação/ensino; menos empreendedorismo; problemas demográficos como a desertificação de várias zonas, nomeadamente o interior, ou a taxa de natalidade; menor receita contributiva para o Estado; perda da identidade nacional.
Mas é preciso topete para afirmar que “tendo nós esta geração tão qualificada, objectivamente, depositamos nela uma grande esperança para que as transformações no tecido social e económico que precisamos de fazer possam ser mais transformações mais profundas do que aquelas que fizemos no passado. E, portanto, todo o investimento que foi feito em torno das políticas da juventude mais voltadas para as qualificações, para a educação serão críticas para superarmos de forma mais duradoura a crise que estamos a viver”. Para rematar com o mais desavergonhada e petulante afirmação: "Por isso nos dói tanto que, entre aqueles que hoje são mais desenvolvidos e evoluídos do ponto de vista do conhecimento que adquiriram em termos académicos, muitos deles tenham de escolher outras paragens para poderem aceder ou aos seus estágios ou à sua realização profissional".
Mas será que ninguém recordou a Passo Coelho que foi precisamente ele, na qualidade de Primeiro-ministro, e o ex-secretário de Estado da Juventude, que aconselharam, sugeriram e “obrigaram” os jovens (e muitos outros portugueses) a emigrarem?!
Numa coisa Portugal é único: não há politiquice, demagogia, falta de carácter, moral e ética na política nacional, como em qualquer outro lugar do Mundo.
Infelizmente, temos o Govero que temos.
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