quarta-feira, 4 de setembro de 2013

O fim dos dogmas...

Graças ao Youtube tenho estado a fazer o "Scouting" do Campeonato da Europa ,Grupo A, Sub 16 Selecções Masculinas já que tenho alguma  curiosidade de saber como jogam os jovens talentos das potências da modalidade..

O documento vai avançado (desta vez vou guardar o mesmo para mim )  , no entanto quero partilhar algumas das conclusões a que já cheguei. Em tempo escrevi um artigo relativo ao tema da Transição e inclusive participei em Clinics com a mesma temática A maioria das minhas ideias sai claramente reforçada do que observei nestes jogos.  

No basquetebol actual  já não fazem sentido as verdades absolutas ,nomeadamente nesta fase de jogo que temos vindo a abordar. Como por exemplo:
-“Pára sempre  na linha de lance livre” ,
 -“ Conduz sempre a bola pelo meio”,
-“Só lançamos em vantagem numérica”,
-“Não passes a bola aos jogadores grandes”,
“Os jogadores altos não lançam de fora”,
- "Não deixes os jogadores altos saírem  em drible",
"Não ataques em igualdade numérica ",
- "Não uses o Skip Pass", para mudar o lado da bola",
- "O 1º passe é sempre para o base";
etc etc
 Assim , os treinadores encorajam agora  a jogar em situações menos estruturadas  e ideais , em vez de criarem modelos perfeitos  no treino . Ensinando os jogadores  a reagir e a tomarem boas decisões , tendo  como objectivo   procurar lançamentos de boa % e com ressalto ofensivo.
A mais importante das  regras do desenvolvimento do jogo de  transição ,passa não só pela  utilização do passe mas também muito pelo drible .
Outro aspecto da nova estratégia  consiste na participação de  todos os jogadores  nesta acção. Os homens grandes são fundamentais nesta acção. Queremos que o adversário se preocupe com todos os jogadores , porque todos ele são armas ofensivas . Todos e cada um dos jogadores devem constituir uma ameaça para a defesa. É por aqui que passa muito do sucesso da transição.



A eficácia da transição passa muito pela simplicidade das acções e pela procura de lançamentos com boa percentagem. O aparecimento dos três pontos ,a proliferação dos ataque “Motion” e a versatilidade dos jogadores grandes , levam os treinadores a ensinar  o contra ataque de maneira diferente.
Tanto no jogo dos homens, como das mulheres, cada vez mais o “tiro” de 3 pontos é usado. O  uso dos 3 pontos marcou  a alteração táctica mais profunda  na filosofia do jogo da transição. Ainda não  há muito tempo um lançamento triplo, na transição, era considerado uma heresia. Agora não só é aceite, como é encorajado.  O lançamento em “layup” deixou de ser o objectivo único e final. Os puristas do basquetebol podem ficar chocados com os triplos em situações de “open-court” mas estes são hoje uma realidade. Os jogadores devem saber que um lançamento triplo sem oposição e com ressalto    pode ser efectuado sem consequências  do treinador. O jogador deve ter confiança quando lança . No basquetebol moderno, os cinco homens são capazes de arriscar os lançamentos triplos.

O CONCEITO DE “VANTAGEM “ OFENSIVA 
Sabe-se o que a maioria dos jogos são ganhos na fase de transição. Este tipo de jogo, em transição ofensiva, era apenas utilizado depois de sofrer cesto da equipa adversária. Agora o jogo fluido de transição tem início sempre que a posse de bola  é ganha e  queremos avançar para o ataque o mais rápido possível e de uma forma organizada. Hoje as equipas fazem contra ataque depois de cesto sofrido, cesto falhado, roubos de bola ,to, etc.

Importante também é destacar e clarificar o conceito de "VANTAGEM" dentro da transição . Situações óptimas são aquelas em que nos encontramos com superioridade numérica sobre a defesa. O contra ataque procura sempre essa superioridade (1x0,2x1, 3x2, 3x1), mas é evidente que  há  que saber aproveitá-la correctamente. De nada serve conseguir um 3 contra 1 se o jogador que lança ao cesto o faz com o defesa em cima .Todas as acções , individuais, ou  colectivas, devem ser encaminhadas de forma a que a  equipa lance na melhor situação possível . Este conceito tem que ser bem administrado pelo treinador, tanto nos treinos como nos jogos, e determinar claramente o que é um tiro vantajoso para os seus jogadores ( e qual o não é ). Lançar sem oposição e com garantia de ressalto ofensivo e recuperação defensiva é uma regra de ouro a implementar.
Pode dizer-se  também que temos "vantagem " numa  situação ofensiva em que conseguimos deixar o defensor suficientemente longe do lançador . Tal pode acontecer  a partir de uma situação de  igualdade numérica (1x1,2x2 ou 3x3) com o recurso ao drible e assistência ou  ao passe interior seguido do “Skip” passe para lançamento.
 Os treinadores ensinam ,os bases ,a tomarem a decisão em igualdade numérica  quando  estão em situação de transição ofensiva.
 Não importa quantos são os defesas . Mesmo nas situações de dois contra dois ou três contra três, os “coach” ensinam a atacar o cesto  e a passar para o lançador no perímetro. Se o defesa ajuda para parar a penetração em drible, o passe deve ser  rápido para o lançador . Se for uma situação de  1x1 , vai para o cesto.
 Finalmente a participação dos homens grandes no segundo contra ataque (“secondary break”) possibilita situações de 4x3 e 5x4 que também são situações  de vantagem para quem ataca.






Sem comentários: