Tenho vindo a defender que face á nova realidade social é tempo de reformular os quadros competitivos . Nas AG da FPB já o tinha dito como Delegado várias vezes e o mesmo defendi na ABL.
Um passo importante foi agora dado em Lisboa , primeiro com a Associação e posteriormente com os clubes que ao não terem condições para tantos encargos decidiram agir por conta própria ao criarem a "Liga Low Cost".
Oito clubes criaram a Low Cost Lig para manter os seus atletas Seniores / S20 a competir até final de Junho, mas de uma forma económica, mais coincidente com a realidade dos clubes. Numa época de " apertar o cinto",
os clubes entenderam que é possível realizar todos juntos uma prova com a particularidade de a equipa da casa, se responsabilizar com a arbitragem e com a organização do mesmo, com uma premissa: Nível de Fair-play tem de estar acima de qualquer vitória!
Numa prova amadora, não se justifica os custos que se pratica para inscrições, seguros, taxas, arbitragens, subidas de escalões, livros de jogo, exames médicos, alterações de jogos, etc, os clubes amadores, que vivem da carolice de muitas pessoas, sempre a pagar uma estrutura deficitária.
Os tempos das " vacas gordas " acabaram e nesse sentido: Estoril Praia, Odisseia, Scalipus, SIMECQ, Odivelas, GDEMAN, Academia e Basket Queluz entenderam que os seus atletas têm de jogar basquetebol mas sem custos.
"FPB e Associações Distritais para quê?
Numa
altura em que reconhecidamente a modalidade bateu no fundo, algo que talvez só
não seja admitido pelas estruturas oficiais que por ela deviam pugnar, é justo
questionar utilidade da FPB e das diversas Associações Distritais.
Poucas
são as iniciativas de divulgação da modalidade junto da população-alvo,
inexistentes os incentivos para que mais clubes apareçam a proporcionar a
prática organizada e, mais recentemente, também aos que ao longo de muitos anos
o têm feito são dados argumentos para que desistam…
Uma das
últimas medidas de “fomento” tem que ver com os formatos dos Campeonatos
Nacionais Seniores, onde a contenção de custos (???) passou a ter prioridade
sobre o desejado desenvolvimento competitivo de todos os intervenientes.
Com
custos elevadíssimos relacionados com Seguro, Inscrições, Deslocações, Aluguer
de Espaços para treino/jogo e Arbitragens, uma percentagem muito significativa
das equipas que se inscreveram no 1º(?) Campeonato Nacional da 1ª Divisão
Masculina e na 2ª Divisão Feminina, neste último caso com um record de
inscrições relativamente aos anos mais recentes, foi confrontada com a redução
de uma época competitiva que já era curta, cerca de 7 meses, para apenas 5.
Estamos a
falar, na generalidade dos participantes, das divisões de iniciação de muitos
atletas no escalão Senior, mesmo que muitos ainda não o sejam, e da base da
pirâmide das competições do escalão etário de topo.
Estamos a
falar de “épocas desportivas” com 12/14/16 jogos realizados, em contraponto com
os cerca de 40/50 que muitas equipas de Sub18 Masculinos e Sub19 Femininos
fazem.
No limite
estas equipas acabam por fazer mais jogos de preparação e particulares que
oficiais…
Naturalmente
caberia à FPB e Associações Distritais cuidar para que este disparate de
competição não fosse possível, porém a “conveniência” financeira falou mais
alto, algo perfeitamente ridículo pois são os clubes a suportar a quase
totalidade das despesas, e mesmo as que tentam avançar com Torneios Complementares
de Seniores, para manter as equipas em actividade, exigem o pagamento de
valores incomportáveis/injustificados para uma prova desta natureza.
Surgem
assim provas paralelas, ou que substituem na totalidade a ausência de
iniciativas oficiais, de forma a minorar a Off-Season de 7 longos meses que
muitos dos amadores e amadoras teriam que enfrentar até ao início do próximo
Campeonato Nacional de Inverno, mantendo motivados e empenhados os atletas e
treinadores que são a mola de desenvolvimento da modalidade!!!
Como
contraponto às decisões das “cabeças pensantes do basquetebol” são os clubes a
avançar, afinal de contas como sempre têm feito, e com medidas que poderiam ser
aproveitadas por que de direito:
- em
Lisboa realizar-se-á uma Low Cost League de Seniores/Sub20 Masculinos com 8
equipas, onde por acordo dos clubes participantes deverá imperar o Fair-Play,
com as equipas a dividirem a responsabilidade de organizar os jogos e garantir
a arbitragem das mesmas, bem como as funções inerentes à mesa, poupando assim
os cerca de 140€ exigidos pela ABL para a arbitragem oficial de cada jogo do
Torneio Complementar de Seniores, que só terá 5 equipas inscritas;
- também
no feminino vários clubes se juntaram para se manter em actividade competitiva
até final de Maio, mais uma vez sem contar com o “patrocínio” da ABL.
Nesta
altura a função de FPB e Associações limita-se à realização de sorteios, envio
de calendários e comunicados e cobrança de Taxas (inscrições, seguros, arbitragens,
multas), com os clubes a tratar de tudo o resto…Só falta começarem a cobrar, uma
“Taxa de Organização de Jogo”, devida por enviarem por mail a marcação do jogo
e nomeação da equipa de arbitragem principescamente paga pelos…clubes claro!!!
A solução
agora encontrada por muitos dos clubes não deverá constituir a regra, antes
chamar a atenção para o facto de ser possível fazer mais com menos, afinal uma
das premissas que deveria nortear as decisões de quem DEVIA dirigir a
modalidade, de uma forma construtiva com motivos de continuado e empenho por parte de
todos os restantes intervenientes".
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