Ao consultar o site http://relancarobasquetebol.wordpress.com encontrei mais uma opinião que pouco ou nada diverge do que tenho vindo a dizer ao longo dos últimos anos , nos locais próprios, sobre o rumo da modalidade. Cada vez mais o basquetebol está entregue a um grupo restrito e bem identificado que de forma cooperativa vai tentando manter o sistema.
Comparar as promessas com a realidade é um bom exercício que nem todos têm coragem de fazer. Aqui fica o artigo para reflexão:
"Infelizmente, o Basquetebol Português está cada vez mais pobre,
afastando-se das outras modalidades a passos bem largos.A ausência de
estratégia aliada a uma falta de dinamismo, leva-nos a estar bem longe do que
se vai fazendo, um pouco por todo o lado; longe vão os tempos da ‘modalidade
referência’. Ao invés, instalou-se um ciclo vicioso de pobreza.Quando se fala
em estratégia, muitas pessoas pensam que basta ser mais competitivo, ter mais
atletas, ter mais clubes que os outros. Estratégia é muito mais do que isso.
Rivalizar para ser o melhor é uma abordagem intuitiva ao tema da concorrência,
mas autodestrutiva. A vantagem competitiva não é uma questão de suplantar os
rivais, é uma questão de criar valor para os atletas, treinadores, dirigentes e
clubes, tendo uma proposta de valor que se distinga. É muito mais que Marketing
(que na FPB é desastroso); se não, vejamos o que foi prometido nas últimas
eleições:Propostas da actual FPB no seu programa eleitoral “Por um
PASSADO que GANHE o FUTURO”:
Marketing interno – «gerir as relações com os elementos internos da organização da Federação
de modo a conseguir que todos fiquem alinhados com os valores e práticas de
marketing.»- NÃO SE VÊ!
Marketing
comercial – «construir uma relação de longo prazo com um
conjunto de entidades e canais, que ajudam a disponibilizar o produto
Basquetebol e a servir melhor todos os parceiros.»- NÃO FOI FEITO!
Comunicação – «desenvolver uma
política de comunicação, integrada, consistente, que permita promover todas as
actividades da Federação e a potenciar a relação com os patrocinadores.» ONDE ESTÃO O PATROCINADORES DA FPB? TALVEZ POR ISSO NÃO EXISTA A
COMUNICAÇÃO.
Relações
Públicas – «reforçar uma relação de longo prazo com as Entidades Públicas, Tutela,
Governo, Autarquias, Patrocinadores, Associações, Clubes e outras organizações
desportivas. QUAIS?
A actual FPB é extremamente flexível, o
que pode parecer uma boa ideia, mas isso significa que ela não defenderá nada,
nem se tornou boa para coisa alguma.Se lermos todo o programa da actual
Direcção “Por um PASSADO que GANHE o FUTURO”, veremos que não
conseguiu cumprir com quase nada do que foi prometido. Como exemplos: o Campeonato Nacional de Lance livre, os Clubes Escola, o 3×3, O Congresso do Basquetebol, entre muitas outras promessas.
Continuando a leitura do programa:
«…O que fazemos com as escolas, é possível exportar
para a rua. Tornar o Basquetebol um desporto de rua é positivo para o futuro do
Basquetebol em Portugal e decisivo para chamar mais jovens à prática da
modalidade, favorecendo o caminho que conduzirá à consolidação do Basquetebol
como a segunda modalidade mais praticada em Portugal, a seguir ao futebol…”
Estas eram as ideias:
«É preciso continuar a fazer as coisas bem-feitas. Ter
ideias e executar um projecto.No dia seguinte à minha eleição, o meu
gabinete pode esperar um presidente tranquilo, motivado e responsável. E a deitar mãos à obra. O programa está delineado:»
1. «Criar um ambiente positivo, mobilizador,
inclusivo, global, solidário e Mediático»– ONDE ESTÁ?
2. «Desenvolver projectos diferenciadores de detecção,
captação e formação de Talentos»– NÃO FORAM
DESENVOLVIDOS!
3. «Tornar o Basquetebol mais atractivo às empresas e
aos media»– PERGUNTE-SE À COMPAL!
4. «Melhorar o actual ciclo financeiro e promover o
investimento selectivo»– OS INCUMPRIMENTOS FINANCEIROS SÃO MAIS
QUE MUITOS…
5. «Reforçar o papel instrumental das Associações e
dos Clubes no incremento do Basquetebol»
– Infelizmente, INSTRUMENTALIZADOS em função de desígnios que só a actual Direcção poderá
explicar
6. «Aprofundar a ligação entre a Federação,
os(as) Jogadores(as), os Juízes, os Treinadores e os Dirigentes»– NÃO FOI FEITO! (com a excepção de alguns privilegiados)
7. «Continuar a aposta na valorização de Quadros»– SÓ QUADROS FAMILIARES! (e alguns amigos)
8. «Consolidar o percurso que conduz à Alta
Competição»– Tornado público pelos quadros técnicos
da FPB: “vamos andar 15 anos a penar”… por isso perguntamos: o que se
andou a fazer? O que é que foi consolidado?
9. «Melhorar a qualidade do jogo e das competições»– NÃO ACONTECEU!
10. «Criar um Conselho Consultivo»– NÃO FUNCIONA!
Continuemos a leitura do programa:
Financeiramente…«…O coração de qualquer Federação desportiva é a sua
área financeira. É dali que saem os fluxos necessários para manter a modalidade
a respirar. Durante os últimos anos, foi possível à Federação Portuguesa de Basquetebol melhorar a capacidade para investir. Nas competições, na criatividade, nas
selecções e na formação.
Mas os recursos financeiros sempre foram e continuarão
a ser escassos, porque as ideias não param. Em matéria de financiamento,
seremos sempre inconformados.Queremos mais e julgamos que é possível que o
Basquetebol consiga obter uma maior e melhor capacidade de atracção de
investimentos.É possível, é desejável, é uma prioridade central e é um ponto de
honra da minha candidatura que a Federação Portuguesa
de Basquetebol consiga, para os próximos
anos, um patrocínio para as principais Ligas Nacionais (Masculina e Feminina)
assim como, para outros projectos da maior relevância para o desenvolvimento da
modalidade. Patrocínios que permitam implementar na modalidade um novo ciclo
financeiro e de estreito relacionamento com o mundo empresarial.Temos de
melhorar a nossa pro-actividade na relação com a economia local e nacional e
sobretudo, tentar que a Federação Portuguesa
de Basquetebol seja um motor de busca
e não uma instituição estática.Como sempre, não ficaremos à espera que os
investimentos nos caiam do céu, temos de ser nós a criar as novas oportunidades
e a abrir os caminhos que nos permitam chegar a um novo modelo de financiamento
das nossas actividades.O Basquetebol tem de ganhar o futuro e para vencer esse
desafio precisa de renovar e reforçar as suas formas de financiamento…»- NADA DISTO FOI FEITO! A propósito, onde está o Relatório de Contas de 2012?
No site da FPB não está e já estamos em finais de 2013…
Terminando
a leitura do programa “Por um PASSADO que GANHE o FUTURO”:CONCLUSÃO«…Terminámos os dez
pontos do “CONTRACTO COM O
BASQUETEBOL”, no entanto, não se esgota nestas linhas orientadoras as estratégias de
actuação da futura direcção, que se apresentará com uma equipa reforçada, que
aceita e reafirma prosseguir o desafio ambicioso de projectar de forma
inequívoca o Basquetebol como segunda modalidade do país. O Basquetebol foi e
será um modelo de referência para o país desportivo, através da implementação
de projectos diferenciadores que assegurem um crescimento dinâmico da
modalidade…»
Não estaremos no Mundial de Espanha, de 2014, não por falta de estratégias
(como podemos analisar no programa da actual FPB, existem várias), mas por falta de uma verdadeira estratégia. Se calhar, precisamos de um
Cristiano Ronaldo e, mais ainda (porque estamos a tratar de basquetebol) de uma
nova equipa.
Terminamos com uma pergunta:
Passados quase 4 anos, será que o passado ganhou o futuro ou o futuro está
a ser enterrado pelo passado?
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